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Influenciados pelos pais, crianças têm mais facilidade com o mundo virtual

Quando vai buscar o filho na creche, a bancária Leliane da Cunha, 29 anos, já sabe: vai voltar para casa ouvindo todas as atividades que o pequeno corintiano Lucas, de apenas 1 ano e 10 meses, fez durante o dia (sim, ele já fala tudo!).
Nessa idade, os pequeninos sabem se comunicar muito bem e adoram novidades. E Lucas não é diferente. Entre as brincadeiras no playground e as bolas de futebol, o pimpolho também se aventurou no mundo tecnológico.

Ele aprendeu a apertar, por exemplo, o botão do controle remoto para ver um de seus desenhos animados preferidos: Sid, o cientista. Desde bebê, também acumula vários vídeos no YouTube, que mostram suas peripécias para a família, que mora na Bahia. O pequenino ainda se diverte com o “puxa e solta”, apelido dado ao joguinho Angry birds, que o pai, Helder Alves da Cunha, 33, baixou no celular. Com muita familiaridade, posiciona os passarinhos para derrubar enormes estruturas e consegue, facilmente, passar de fase.

A habilidade das crianças com eletrônicos é muitas vezes incentivada por uma nova geração de pais conectados com os últimos lançamentos tecnológicos. Cada vez mais acessíveis, tablets, celulares e notebooks divertem e até educam os menores.

A empresa norte-americana de consultoria Latitude realizou, neste ano, estudo com 201 crianças (de até 12 anos) de várias partes do mundo. Os participantes desenharam tudo o que gostariam que o computador e a internet oferecessem. 

De acordo com a pesquisa, a garotada gostaria de diminuir a fronteira entre mundo digital e real e poder tocar nos objetos da tela, por exemplo. Setenta e sete por cento dos entrevistados idealizaram um computador mais dinâmico e humano, que pudesse ser controlado pela voz. Os pequenos também mostraram: querem ter um amigo eletrônico para levar a todo canto e com quem possam brincar.

Muitos itens dessa lista estão próximos da realidade. Em videogames como o Kinect, do Xbox 360, é possível chutar bola e dirigir carros de corrida sem o uso de console. E alguns aplicativos para celulares, como o Talking Tom, do iPhone, permitem que a criança converse com um gatinho. Em resposta, ele imita a voz dela.

Habilidades

Os filhos cujos parentes amam tecnologia tendem a ter maior aptidão para o uso desses aparelhos. “À medida que os pais desenvolvem habilidades, passam para os filhos; é algo quase genético”, comenta a psicóloga e professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Gema Galgani Mesquita. “Filhos de pais que estudam já nascem com mais aptidão para essa atividade. Isso ocorre também com a tecnologia”, completa.

Leliane comprova a hipótese levantada pela professora da Unicamp: “O Lucas imita muito o pai, que adora tecnologia”, comenta. “Acho isso positivo, mas a gente tem algumas restrições. Ele não joga o tempo todo nem com qualquer aplicativo eletrônico”, acrescenta. 
Embora seja bem mais velho do que Lucas, o estudante de engenharia mecatrônica Diogo Nazetta, 22, tem uma história parecida. Computadores, videogames e máquinas fotográficas fazem das recordações de infância do universitário. “Meu pai me passou a paixão que tem por computadores. A gente montava esses equipamentos juntos e, quando havia algum problema, nós mesmos arrumávamos”, lembra.
Hoje, os pais moram em Goiânia e a irmã, em Belo Horizonte. A tecnologia ajuda a manter a família mais próxima. “Falamos muito por videoconferência”, conta o estudante. “Quando estamos juntos, também baixamos filmes da internet”, conclui.
Para o vice-presidente de Relações Públicas da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames), Américo Amorim, relatos como esses mostram que a relação entre pais, filhos e tecnologia mudou. “Algumas famílias não entendiam o que o filho fazia no computador, mas isso está diminuindo porque hoje os novos pais, de 25 a 30 anos, interagem mais com seus pequenos. Muitos aprendem determinada tecnologia para ensinar os filhos a tocar instrumentos, por exemplo, ou para se divertir e jogar”, descreve.

Danos

Gema Galgani, da Unicamp, ressalta que o uso da tecnologia traz benefícios, mas é necessário saber quando e como usá-la. Entre as vantagens estão as chances de desenvolver os reflexos e a capacidade de realizar trabalhos com maior rapidez. O maior dano, por sua vez, é para a qualidade do sono, que fica prejudicada com o uso da tecnologia. “O contato com a luz artificial atrasa a produção do hormônio responsável pela sonolência, a melatonina. As consequências são os pesadelos e a vontade de a criança ficar acordada”, conta a psicóloga.
Outro possível problema, segundo a professora, é que a tecnologia tende a isolar as pessoas e torná-las menos propensas a interagir pessoalmente com os outros. Américo Amorim, da Abragames, relativiza essa tese. “A tecnologia pode aproximar tanto quanto pode distanciar, vai depender muito de como o pai conduz o processo.”

A máquina dos sonhos

Saiba o que um computador deveria fazer, segundo a opinião dos pequenos entrevistados pela Latitude:
» Servir como uma extensão deles mesmos, com formas mais inteligentes de interação. Um exemplo sugerido por um menino de 8 anos seria que eles “escutassem” o que a pessoa falasse com eles.
» Integrar objetos, lugares e experiências digitais com o mundo real. A ideia dada por uma menina de 10 anos era que o computador transformasse a comida desenhada em um prato real.
» Dar mais poder aos usuários, ao conceder novos conhecimentos e habilidades. Uma menina de 7 anos disse querer filmar novos amiguinhos do outro lado do mundo, em diversos idiomas.

Os pequenos e a tecnologia

92% das crianças de 6 a 11 anos têm como principal atividade on-line jogar na internet;

88%
 dos pequenos e 95% dos adolescentes participam de alguma rede social no Brasil, como Twitter, Facebook e Orkut;

72% 
das crianças acreditam que as redes sociais são mais uma forma de jogar na internet;

46% 
utilizam as plataformas sociais para ver vídeos e fotos dos amigos;

16%
 das crianças utilizam o Twitter; o restante o considera “muito complicado”.
Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br

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