
Quando os franqueadores (donos da franquias) divulgam o valor estão apenas considerando o montante pago para a obtenção da marca e transferência do know-how, ou seja, da tecnologia do seu negócio. O investidor pode ainda ter que dispor de um espaço, contratar funcionários e é fundamental ter capital de giro.
Para Suely de Paula, supervisora de acesso a mercado do Sebrae, é importante que o empresário iniciante tenha em dinheiro o dobro do valor da franquia que ele está abrindo. “Por exemplo: se ele comprou uma franquia por R$ 30 mil é importante que ele tenha mais R$ 30 mil para o custo de manutenção dos primeiros meses e para capital de giro”, orienta a especialista.
Suely explica ainda que as microfranquias se caracterizam por ofertarem serviços, como cuidadores de idosos, jardinagem, manutenção residencial, depilação em casa, etc. “Tem menos riscos, porque o capital é menor e os franqueadores fazem uma pesquisa de mercado e conhecem a demanda do público”, acrescenta Suely. E qual é a vantagem de abrir uma microfranquia de uma marca que ainda não é tão conhecida no mercado? Suely acredita que é o uso do know-how e da tecnologia que já existem na empresa. “São estes fatores que amenizam os riscos”.
Já para o consultor André Friedheim, sócio-diretor da Francap, consultoria especializada em franchising e redes de negócios, é importante que o franqueado tenha o poder da automotivação. “Como ele terá poucos funcionários, é preciso que ele tenha ânimo para cuidar da gestão, dos serviços prestados, da pós-venda, etc”, ensina Friedheim.
Cuidadores Um exemplo de microfranquia que está atuando em Salvador é a Home Angel (Anjo do Lar). O franqueado contrata cuidadores de idosos e oferece o serviço para interessados. “Neste negócio não é preciso ter uma loja física. Com R$ 20 mil é possível comprar a franquia”, informa Artur Hipólito, diretor presidente da Zaiom, empresa que possui nove bandeiras de microfranquias.
Segundo Hipólito, o retorno do negócio varia de seis a 18 meses, mas é importante que o franqueado tenha mais capital para os seis primeiros meses, para tocar o negócio com tranquilidade. “O custo de manutenção é, em média, de R$ 3 mil. Isto deve contar no plano de negócios”, avalia.
Regina Loureiro, sócia franqueada da Home Angel em Salvador, abriu a franquia há seis meses e conta que investiu no negócio, pois observava a demanda do mercado. “Trabalho como fisioterapeuta, em home service, e percebi como se precisa de cuidadores especializados para o público idoso”, reforça. Regina conta também que a empresa já se paga todos os meses, mesmo ainda não tendo lucratividade. “Estamos engatinhando, mas vai dar certo”.
Sucesso Outra microfranquia de sucesso é a Dr. Resolve, especializada em disponibilizar profissionais como pintores, eletricistas e encanadores para resolver problemas domésticos. Em menos de um ano, a microfranquia criada por David Pinto já é a maior do país com mais de 250 unidades no Brasil. “O franqueado faz um investimento de R$ 35 mil e a partir do quarto mês começa a ter retorno”, diz Pinto. Na Bahia, já são mais de 10 unidades do Dr. Resolve.
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